Sobre as Terras e os Lugares lendários
Em "História das Terras e dos Lugares lendários", Umberto Eco propõe-se abordar a realidade dos lugares irreais, ou seja, a forma como a nossa vivência da perspectiva da eventual realidade de lugares como a Ilha de Utopia, a Atlântida, a Ilha de São Brandão, o Reino do Prestes João, o Paraíso bíblico ou Shambala mudaram e mudam a vida individual e colectiva dos Homens ao longo da história.
Segundo Umberto Eco - numa conclusão que não me parece particularmente surpreendente, pelo que creio que todos estaremos mais ou menos de acordo com ela - é o carácter não raras vezes insuportável do "mundo real" que gerou nos Homens a necessidade de perspectivar mundos ideais, imaginários, onde o caos dá lugar à harmonia. Noto que Eco se refere a lugares lendários embora alguns sejam na verdade imaginários (embora não fantasiosos).
É curioso que os lugares lendários de Eco têm em regra - e toda a regra parece apresentar excepções - uma natureza diferente daqueles imaginários que a obra não refere (pelo menos até onde li) - como a Terra Média ("Middle-Earth") de J.R.R.Tolkien, por estes dias popular nas televisões, através dos filmes que Peter Jackson produziu e realizou a partir dos três volumes da magistral obra "O senhor dos anéis" -, terras que longe de se assumirem como espaços de fraternidade se apresentam antes como cenários propícios à demanda redentora. Neles, o herói é colocado à prova e através das sucessivas vitórias face às adversidades, aos obstáculos e às muitas armadilhas terrenas propõe-se alcançar não um lugar de Paz mas antes um Estado de Paz que naturalmente o transportará aos lugares lendários referidos na obra de Umberto Eco, todos representações imaginárias daquele que - comumente - lhes deu origem.
É curioso que os lugares lendários de Eco têm em regra - e toda a regra parece apresentar excepções - uma natureza diferente daqueles imaginários que a obra não refere (pelo menos até onde li) - como a Terra Média ("Middle-Earth") de J.R.R.Tolkien, por estes dias popular nas televisões, através dos filmes que Peter Jackson produziu e realizou a partir dos três volumes da magistral obra "O senhor dos anéis" -, terras que longe de se assumirem como espaços de fraternidade se apresentam antes como cenários propícios à demanda redentora. Neles, o herói é colocado à prova e através das sucessivas vitórias face às adversidades, aos obstáculos e às muitas armadilhas terrenas propõe-se alcançar não um lugar de Paz mas antes um Estado de Paz que naturalmente o transportará aos lugares lendários referidos na obra de Umberto Eco, todos representações imaginárias daquele que - comumente - lhes deu origem.
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