A segunda morte do Estrela da Amadora
Alguns dirão, se esse momento chegar, que são "estrelistas de primeira". Eu, que observo de fora, com a frieza que por vezes o envolvimento directo nestas coisas nos retira, penso que o mais provável é que o Estrela e os estrelistas que o amam - sobretudo aqueles que não se dividem entre o Estrela e o Benfica, ou entre o Estrela e o Sporting... - maldirão num futuro que pode não ser longínquo terem oferecido o seu nome, o seu emblema, a sua identidade e, provavelmente, o seu estádio a quem tem tanto de estrelista como eu tenho de adepto de sociedades comerciais dedicadas ao "negócio do futebol".
A questão do Estádio, que é complexa, poderá muito bem vir a ser o detonador de divergências que adivinho, desde logo porque ninguém pode dar como adquirido que os "investidores" da nova sociedade anónima assegurarão a compra do espaço. Depois porque mesmo que o façam serão eles e não o CD Estrela a ficar na posse do José Gomes. A não ser que algum dado novo me tenha escapado neste processo.
O desejo de saltar degraus é grande em muitos emblemas e respectivos dirigentes no desporto nacional. O Estrela trocou a sua alma por essa possibilidade imediata. Foi no fundo a segunda morte do Estrela da Amadora.
Gostaria de poder desejar sorte ao novo Clube Football Estrela da Amadora (creio que será este o nome da equipa). Mas fazê-lo seria um acto de profunda hipocrisia. Assim resta-me enviar um abraço aos oito estrelistas que disseram "não" à transformação do emblema refundado num género de barriga de aluguer de um projecto que apenas na retórica será seu.
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