Jonah Lomu [1975-2015]

Vejamos a coisa pela seguinte perspectiva: a mais prestigiada posição institucional na Nova Zelândia é a de capitão dos All-Blacks. E a razão é simples: para os neozelandeses, povo que vive nos nossos antípodas - geográficos mas não só -, a sua equipa principal de Rugby é o principal símbolo de uma ética e mundivisão que procuram cultivar desde cedo. Os All-Blacks são o símbolo máximo da Nova Zelândia e o seu capitão o símbolo máximo dos All-Blacks. Lomu, que nunca foi capitão de equipa, tinha um estatuto próximo daquele alcançado por Tana Umaga, Buck Shelford, Richie McCaw ou Colin Meads.
Jonah Lomu não era apenas um fenomenal desportista, comparável aos mais prestigiados campeões olímpicos de modalidades como o atletismo, a natação ou a ginástica. Na Nova Zelândia (e de certa forma também fora do seu país) representava uma forma de estar na vida. "Bigger than sport", escreve hoje Mark Reason no Rugby Heaven neozelandês. Um símbolo de coragem, tenacidade, resiliência, humildade e respeito pelos mais elevados valores da amizade e do cavalheirismo (no melhor sentido da expressão).
A Nova Zelândia está de luto e o mundo do Rugby chora o desaparecimento de um dos seus maiores ícones. Que os valores que sempre nortearam a carreira de Lomu façam escola, dentro e fora das quatro linhas, num mundo profundamente carecido do tipo de humanidade que Jonah transportava em si.
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