A caravana passou.



A demissão de Duarte Ferreira, ex-vice presidente do Clube de Futebol "Os Belenenses", veio abrir em muitos daqueles que anseiam pela reversão das decisões tomadas pelos sócios reunidos em sucessivas - sublinho: sucessivas - Assembleias Gerais um género de esperança alimentada pela estreita visão de uma relação directa e quase exclusiva entre a actual direcção do Belenenses e o processo que conduziu à ruptura de facto entre o Belenenses e a sua ex-sociedade anónima desportiva.

As provocações a Patrick Morais de Carvalho (PMC) sucedem-se, sobem de tom e descem de nível. Acusações delirantes procuram criar no sócio comum a ideia de que a actual direcção do Belenenses se encontra fragilizada e com os dias contados. E nem a perspectiva real da resolução do processo da Oitante parece retirar argumentos a quem emprega na refrega toda a sorte de insinuações, sempre por concretizar.

Temo que quem tanto anseia pelo "regresso ao Restelo" esteja redondamente equivocado (equivocados) relativamente à natureza do momento que se vive no Belenenses desde que o seu futebol sénior masculino regressou à soberania associativa. É que esse regresso, apesar de naturalmente ligado à presidência de PMC é autónomo da figura de PMC. E da sua direcção, já agora. Não quero com isto dizer que uma eventual saída de PMC e da sua direcção não representaria um risco para o Belenenses e para o actual rumo da vida associativa e desportiva do Clube. Mas a verdade é que o "renascimento" do futebol sénior belenenses supera largamente a figura de PMC. A solidez do projecto reside nos sócios e adeptos muito mais do que nos dirigentes ou na muito competente estrutura técnica liderada pelo treinador Nuno Oliveira e pelo director desportivo José Taira.

Não vai acontecer. A demissão de Duarte Ferreira - que em caso alguma será admissível no plano associativo a menos que motivada por razões pessoais de força maior - não determinou nem determinará a queda da direcção nem o fracasso dos processos em curso, com destaque para aquele relacionado com o Lidl e a Oitante.

Em todo o caso, e para memória futura, é bom que tenhamos presente que a demissão se deu e que poderia ter resultado a favor de quem quer mal ao Belenenses. O Belenenses dos belenenses prossegue a sua luta, associativa e desportiva, financeira e institucional. Sem favores, porque foi sempre assim desde 1919. E prossegue porque os sócios - que são os donos do Clube e de todas as suas equipas - assim o desejam.

A caravana passou, uma vez mais.

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